segunda-feira, 23 de abril de 2012

Iguais a nós - Efraim Rodrigues

Em 7 bilhões de pessoas há um estoque infindável de gente fazendo coisas muito boas e muito ruins. Falemos das boas, porque para as ruins não falta divulgação.

Nesta semana conheci o caso de um indiano que vive há 30 anos em um banco de areia de 550 hectares. Jadav Payeng, então com 16 anos, ficou penalizado com a área tão sem vegetação que até as cobras morriam. Não faltou quem tentasse dissuadi-lo, dizendo que talvez só bambus crescessem em um banco de areia.
E ele começou plantando bambus, um erro frequente em quem pensa em restaurar florestas. A raiz do bambu impressiona pela densidade, mas é rasa. Muitas espécies de bambu, fora de seu lugar de origem, se adensam de tal forma que nada mais cresce. O Convento da Penha, em Vila Velha, fica no alto de uma montanha muito íngreme. Por este motivo, os franciscanos plantaram bambu ali, causando muita erosão, que destruía a pouca floresta que restava. Em 1990 eles tiveram um trabalho enorme para controlar este bambu, que rebrota vigorosamente, para então poder replantar a floresta, que hoje está muito melhor.
Mas Jadav Payeng rapidamente decidiu desobedecer ao conselho e passou a plantar árvores, que terminaram por trazer até rinocerontes e tigres de volta à área. “Em outro país, voce seria feito um herói!”, disse um funcionário do governo indiano.
Talvez em algum outro que não o nosso, que também tem um plantador solitário de floresta, igualmente pouco reconhecido. Nos anos 50, José Carlos Bolinger Nogueira, ainda como estudante de Agronomia, pegava mudas no câmpus da Esalq para plantar em Cosmópolis. Ele plantava de tudo naquela época em que ainda nem sabíamos se era possível restaurar uma floresta, só se preocupando em deixar uns 3 metros entre mudas. Esta floresta já passou dos 50 anos e viverá para sempre, se ninguém mexer.
Outro esforço individual de restauração é o de Yacouba Sawadongo, no Níger. Ele está usando a ancestral técnica Zäi de escavar no solo pequenas bacias que concentram a água da chuva. No centro desta bacia é plantada uma árvore, em cuja cova é colocado esterco de gado e cupins, que vão escavar galerias e facilitar a infiltração. Estas árvores, escolhidas por fixar nitrogênio, terminam por melhorar o solo a ponto de sustentar culturas rústicas de grãos.
Esse caso tem uma enorme importância social. De fato, o Níger está conseguindo fazer o Zäi avançar sobre o Saara – um jogo que até há pouco estava perdido.
Estes três trabalhos mostram que uma pessoa pode, sim, fazer diferença. Celebre o Jadav Payeng que também existe em você fazendo ainda hoje algo de bom para o planeta.
Fonte: Gazeta do Povo, 20.04.02012

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No ano de 2011, o Movimento SOSBICHO, com seu Projeto de Educação Ambiental - fez a sua parte: plantou no Bairro do São Francisco em Curitiba, 100 mudas de árvores, as quais acompanha, como forma de fazer um contraponto aos cortes indiscriminados de espécimes e para manter a cidade de Curitiba saudável e acolhedadora para bichos e gentes.
Assim a gente vai fazendo a dferença !
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Atividade do Projeto Verde-Rosa São Francisco

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