quinta-feira, 14 de junho de 2012

Cúpula dos Povos promove justiça social e ambiental na Rio+20



Rio de Janeiro, 14 jun (EFE).- Movimentos sociais de todo o mundo se reunirão a partir desta sexta-feira no Rio de Janeiro para participar da Cúpula dos Povos, uma reunião alternativa que pretende levar propostas de justiça social e ambiental à Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20.

A cúpula será realizada até 22 de junho, dia de encerramento da Rio+20. No evento, são esperadas 20 mil pessoas que participarão de cerca de 800 atividades programadas nas 36 tendas instaladas ao longo do Aterro de Flamengo, uma das principais áreas verdes da cidade.
A reunião discutirá propostas que serão levadas à cúpula de chefes de Estado e do Governo da Rio+20, que ocorrerá entre 20 e 22 de junho no centro de convenções Riocentro, na zona oeste da cidade.
Segundo os organizadores, a Cúpula dos Povos se baseia sobre três pilares: denunciar as causas da crise ambiental, apresentar soluções práticas e fortalecer os movimentos sociais do Brasil e do mundo.
'A Rio+20 vai esconder essa causas. Na primeira minuta do documento oficial da cúpula não são citadas as causas dos desastres ambientais. Por que não? Porque com a omissão é mais fácil não resolver o problema', disse Ivo Lesbaupin, membro da direção executiva da Associação Brasileira de ONGs (Abong).
Lesbaupin cita como exemplo o desmatamento da Amazônia, de acordo com ele, culpa do setor agropecuário com a conivência das autoridades. 'Só é preciso olhar a Amazônia para perceber que a exploração dos recursos da floresta é permitida e que as fronteiras do agronegócio estão se expandindo cada vez mais', destacou.
A organização da Cúpula dos Povos será responsável pelo Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20, criado em janeiro de 2011 no Fórum Social Mundial no Senegal e do qual fazem parte 33 organizações sociais do país sul-americano.
Entre as organizações internacionais participantes, estão Oxfam, Amazon Watch, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e Via Campesina. Algumas delas, inclusive, já se manifestaram contrárias à chamada 'economia verde', uma das iniciativas que pode ser concretizada na Rio+20.
Haverá a participarão de defensores das mais diversas causas, desde o Coletivo Cannabis Ativa, que luta pela descriminalização do consumo de maconha, até a Conferência Global dos Povos Indígenas.
Da mesma forma, estarão presentes delegados da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), membros de todo o setor ambientalista, sindicatos, defensores dos direitos humanos, o Foro de São Paulo, organizações partidárias do aborto e opositores ao uso da energia nuclear e à construção de hidroelétricas na Amazônia.
A Cúpula dos Povos realizará todos os dias atividades e assembléias plenárias nas quais serão debatidas propostas para a Rio+20, mas também haverá diversos atos culturais e manifestações de todos os tipos.
Além disso, haverá uma manifestação de mulheres na próxima segunda-feira e a 'grande mobilização', prevista para o 20 de junho, dia que começa a cúpula de líderes da Rio+20. EFE

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