quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A falta de políticas preventivas de saúde para os animais leva a colapso a India. Que nos sirva de exemplo !


O controle reprodutivo dos animais com os quais convivemos nas cidades (sobretudo cães e gatos) propicia uma relação de equilíbrio, pois ao longo do tempo se desenvolve uma relação de responsabilidade entre os tutores e a população humana em geral com os animais, visto que, sendo em menor quantidade e saudáveis, eles são bem vindo ao grande grupo de seres viventes.
Por outro lado, o controle reprodutivo (castração) propicia melhores condições de saúde a animais e humanos. Explicando: os animais castrados com menos de um ano, têm menos chances de desenvolverem doenças decorrentes de hormônios (tumores, por exemplo); doenças transmissíveis entre os felinos e entre os caninos, pois o contato para o acasalamento não acontece, nem as brigas para disputas. A esterilização também faz com que os animais, por não disputarem as fêmeas, nem as fêmeas lutarem por defender suas crias, fiquem mais calmos, menos espaciais e mais dóceis.
A vacinação: está claro que a vacinação contra a raiva deve ser recomendada em países que estão mais vulneráveis ao contato e contaminação. Assim, um país - dito emergente como a India - deve estar atenta a esta questão, o que deve servir de exemplo a outro emergente, como o Brasil.
Esta situação de calamidade,  ruim para os animais, ruim para os humanos, é um bom indicador para que políticas públicas de esterilização de animais, vacinações, cuidados de saúde, de educação na responsabilidade com os animais e com o meio ambiente, devam ser urgentemente implantadas nas cidades brasileiras, para que cenários de terror como descritos abaixo, não façam parte do nosso palco cotidiano.
Parodiando pelo contrário: que a India não seja aqui....

Na Índia, cães de rua são uma ameaça

The New York TimesGardiner Harris

  • Enrico Fabian/The New York Times
    Cão de rua rosna debaixo de mesa de restaurante em Nova Déli, Índia
    Cão de rua rosna debaixo de mesa de restaurante em Nova Déli, Índia
Vítimas de ataques surpresa mancam para dentro de um dos maiores hospitais públicos da cidade. Recentemente, entre as centenas estavam crianças encurraladas em suas casas, estudantes emboscados no caminho para a escola e pessoas de idade saindo do trabalho.
Todos contaram a mesma história assustadora: foram mordidos por cães de rua.
Deepak Kumar, 6, apresentava um corte em suas costas causado por um cachorro que atacou o casebre de sua família.
“Nós por fim fechamos os portões para nossa vila e batemos no cachorro até ele morrer”, disse o pai de Deepak, Rajinder.
Nenhum país tem tantos cachorros de rua como a Índia, e nenhum país sofre tanto com eles. Os cachorros de rua são dezenas de milhões e mordem milhões de pessoas anualmente, incluindo um grande número de crianças. Cerca de 20 mil pessoas morrem todos os anos infectadas pela raiva – mais de um terço da estatística global da raiva.
Bandos de cães de rua se escondem em parques públicos, guardam vielas e esquinas e uivam à noite nos bairros e vilarejos. Pessoas que correm carregam pedaços de bambu para bater nos cães, e ciclistas enchem os bolsos com pedras para jogar naqueles que os seguem. Andar com um cachorro de estimação aqui pode ser equivalente a nadar com tubarões.

Cães de rua são ameaça na Índia

Foto 11 de 12 - Cão de rua rosna em rua de Nova Déli, Índia. Nenhum país tem tantos cachorros de rua como a Índia, e nenhum país sofre tanto com eles. Os cachorros de rua são dezenas de milhões e mordem milhões de pessoas anualmente, incluindo um grande número de crianças. Cerca de 20 mil pessoas morrem todos os anos infectadas pela raiva --mais de um terço da estatística global sobre a doença Enrico Fabian/The New York Times
Uma lei de 2001 proíbe a matança de cães, e a população de rua aumentou tanto que funcionários de todo o país expressaram alerta.
Em Mumbai, onde mais de 80 mil pessoas reportaram ser mordidas no ano passado, o governo planeja realizar um censo dos cães de rua usando motos para segui-los e tingindo seus pelos com tinta spray. Um membro da Assembleia Legislativa de Punjab propôs em junho mandar os cães para a China – onde às vezes se comem cães – depois que mais de 15 mil pessoas no estado disseram ter sido mordidas no ano passado. Em Nova Déli, funcionários anunciaram recentemente uma campanha intensiva de esterilização.
A posição da índia como um centro global para cães com raiva é antiga: o primeiro cachorro infectado com raiva provavelmente era indiano, diz o Dr. Charles Rupprecht, chefe do programa de raiva nos Centros para Controle e Prevenção de Doenças em Atlanta. As mordidas de cães causam 99% das mortes de seres humanos por raiva.
De fato, acompanhar a raiva no subcontinente é desafiador porque as relações que os cães indianos mantém com os seres humanos são ancestrais. O cão pária indiano, a raça dominante nas ruas, é provavelmente descendente de um antigo imigrante chinês, diz Peter Savolainen, professor de genética evolucionária no Instituto Real de Tecnologia em Estocolmo. Com orelhas pontudas, uma cabeça triangular e um rabo que se enrola sobre as costas, o pária se parece com outros cães pré-históricos como o dingo australiano.
Por milhares de anos, a relação dos cães com os seres humanos foi semelhante à do peixe piloto com os tubarões, diz John Bradshaw, diretor do Instituto de Antrozoologia da Universidade de Bristol na Inglaterra.
“Os cães essencialmente começaram se alimentado de carniça”, diz Bradshaw. “Eles evoluíram para andar em torno das pessoas em vez de ser úteis para elas.”
Embora essa relação tenha desaparecido em grande parte no mundo desenvolvido, ela continua sendo a relação dominante na Índia, onde os cães de rua sobrevivem dos montes de lixo onipresentes. Alguns são alimentados e usam coleiras de moradores que os valorizam como cães de guarda e companheiros, embora distantes. Os hindus são contra matar muitos tipos de animais.
Malini Jadeja, que mora em Déli parte do tempo, diz que estava andando com seu amado cachorro Fudge Cake há alguns anos não muito longe do Jardim Lodi quando “dois cachorros surgiram do nada e atacaram”, Fudge Cake estava na coleira, então não conseguiu fugir.
“Eu tentei agarrar os cães e puxá-los para longe, mas quando eu conseguia pegar um, o outro atacava”, disse Jadeja. “Eles mataram Fudge Cake na minha frente.”

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