segunda-feira, 1 de outubro de 2012

As praças são do povo: manifestação em Curitiba pela praça do Alto da Glória


Protesto questiona relação das pessoas com espaço público na capital

Manifestação quer transformar manutenção de uma praça que não existe oficialmente no mapa em símbolo de campanha por mudança na relação dos curitibanos com a rua

29/09/2012 | 18:33 | ANTONIO SENKOVSKI

Uma manifestação em prol da conservação de uma praça no bairro Alto da Glória reuniu cerca de 100 participantes na manhã deste sábado (29), em Curitiba. O local, que estaria ameaçado pela possibilidade de construções de obras viárias na região, fica no encontro das ruas Paraguassu,Doutor Goulin Cambará, perto do Estádio Couto Pereira.
A aglomeração dos participantes ocorreu em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ciclistas desmontados distribuíram panfletos e conversaram com as pessoas que participam da feirinha que acontece na Praça Santos Andrade, no Centro.
A caminhada seguiu até a praça, no Alto da Glória, onde famílias fizeram piqueniques e permaneceram até as 14 horas. Apresentações de música de bandas locais foram feitas para os participantes da atividade. Brincadeiras com crianças também foram promovidas no local.
O filósofo e professor Jorge Brand, um dos organizadores do evento, diz que a ideia do evento é transformar a praça em referência de uma causa. “Nossa intenção é colocar essa praça como o um símbolo de uma mudança cultural na cidade sobre a maneira como são utilizados os espaços públicos pelas pessoas na capital”, diz.
Brand diz que o movimento “Salve a Praça!”, como é conhecido, promoverá em todos os últimos sábados do mês um evento como o que ocorreu nesta manhã. “Há pessoas que dizem não ir às praças porque está cheio de usuários de drogas e traficantes. Mas por que a população não ocupa também os espaços públicos? O espaço de convivência acaba sendo o shopping, e não a rua. Queremos alertar para um outro tipo de relação com a cidade”, relata.
A praça
A praça do Alto da Glória não existe oficialmente no mapa, por isso não tem nome. O movimento que puxa a manifestação disse que um documento da prefeitura mostra o mapa da cidade na região sem o espaço. Uma demolição aconteceria para dar lugar à formação de um binário – vias rápidas de apenas uma mão – para a circulação rápida de veículos.
A prefeitura, no entanto, diz não ter a intenção de fazer mudanças no local. Em julho deste ano, no entanto, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) anunciou que havia projetos de abrir quatro cruzamentos da capital, atualmente fechados pela presença de ruas sem saída que desembocam em praças, incluindo a do Alto da Glória. Obras semelhantes já foram feitas, em 2010, nos bairros Mercês e Cristo Rei, para melhorar a fluidez do trânsito
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