Laelia Tonhozi*
Sempre foi muito comum as pessoas terem pássaros como animais de estimação.
O pássaro da vez, ou seja, da moda, é a calopsita.
Imaginem: a Calopsita vem da Austrália, precisa de grandes
espaços para viver (e voar!), vive em bandos. Segundo o que eu li na internet,
é uma ave muito inquieta, que pode emitir gritos por horas
seguidas, mas pode assobiar e algumas chega até a falar as palavras que ouve
com muita freqüência. Dizem que apenas os machos conseguem falar, mas há algumas
exceções em que as fêmeas conseguem falar.
Li em outro lugar, também na internet, que a calopsita é um
animal doméstico! Como é que pode? Se é um animal silvestre (embora não seja
brasileiro, é uma ave autorizada pelo IBAMA para ser criada no Brasil), como
pode ser um animal doméstico?
É um contrassenso pensar que animais que foram feitos para
voar e estar com outros da sua espécie, possam ficar presos em gaiolas, sem um
companheiro de sua espécie. Isto é privá-los de sua própria natureza, em benefício
de nosso egoísmo.
Mais parece que temos o corpo da calopsita: não temos a alma
da calopsita. A alma, o espírito, ficaram lá nas matas. Lá na Austrália...
Na realidade, todos os dias estão inventando alguma coisa
nova pra gente consumir: mesmo que isto não faça bem pra ninguém. Só para quem
ganhou dinheiro com isto!
São sustente estabelecimentos que vendem animais, pois
quanto mais você comprar, mais você estimula a criação e a venda de outros, que
serão privados da sua natureza. Sem contar que os animais não são objetos ou
coisas!
Assim, se você tiver o desejo ou estiver bem ciente e certo
de que quer (e pode!) cuidar de um animal por toda a vida em que este viver,
adote um!
Há milhares de cães e gatos sedentos por um lar ! E com
muito amor pra lhe dar!
Pássaros têm asas para que possam voar livremente, não para
que fiquem presos em gaiolas!
Caso você tenha um, já
considerou a ideia de enviar seu pássaro solitário para um bom santuário de
animais para que possa viver livre com outros de sua espécie?
*Laelia Tonhozi é educadora ambiental, membro do Movimento SOSBICHO e coordenadora pedagógica do Projeto Ponto Final no Abandono.
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